Sistema livre criado em SC 'imita' Windows e faz sucesso

domingo, 23 de novembro de 2008 ·

Um sistema operacional livre produzido numa pequena cidade de Santa Catarina vem fazendo sucesso entre os internautas. O BRLIX já conta com cerca de 13 milhões de downloads em todo o mundo, menos de um mês depois de seu lançamento.

Criado por professores e alunos da Faculdade Metropolitana de Guaramirim (FAMEG), município de 30 mil habitantes localizado a cerca de 170 quilômetros de Florianópolis, o BRLIX GNU/Linux é a chamada "seqüência" de um projeto de pesquisa chamado FAMELIX, que já contou com 26 milhões de downloads em cinco idiomas.

O novo projeto, desenvolvido pela mesma equipe, conta com uma interface e recursos muito semelhantes ao Windows Vista. E nasceu com o objetivo de auxiliar no combate à pirataria e na inclusão digital de comunidades, segundo o professor David Emmerich Jourdain, alemão radicado no Brasil e um dos criadores do sistema.

"Vivemos diante de uma geração Windows. Muitas pessoas não conseguiram se familiar ao Linux devido aos seus comandos serem muito distintos", afirma. "Com o nosso software, utilizamos interfaces muito semelhantes, para que o usuário possa optar por softwares livres de forma natural".

O painel de controle e suas principais funções, o acesso às pastas e arquivos do computador e até a apresentação são realmente quase idênticos ao software da Microsoft. "Não competimos com o Windows, conhecido por 90% dos usuários de todo o mundo. Nos adaptamos para criar uma plataforma livre e convencer o usuário", diz o professor. "A diferença é que o BRLIX é de graça".

Segundo David, o software brasileiro apresenta alternativas que facilitam o aprendizado, além de permitir que usuários que já conhecem o Vista ou o XP não se sintam "perdidos" no novo sistema operacional. "Além de atender as necessidades da maioria dos usuários, o BRLIX pode reduzir sensivelmente os custos de iniciativas de inclusão digital, por exemplo, evitando o alto investimento em softwares proprietários", acrescenta.

Emmerich e os alunos criaram uma empresa, a Epidemus, para gerenciar a demanda do produto no mercado e continuar as pesquisas dentro da universidade. Eles já receberam boas notícias: redes de lojas como as Casas Bahia, no estado do Ceará, começaram a instalar o sistema nos notebooks vendidos na região. Contatos com fabricantes de computadores e celulares também estão sendo realizados, revela o professor, que se denomina anti-Windows por "ideologia".

O BRLIX chegou a derrubar um servidor da Universidade de São Paulo diante de quantidade de downloads de usuários. "Conseguimos que o governo de Santa Catarina nos cedesse um servidor para que os usuários baixem o sistema", explica.

"Não víamos muito sentido num projeto desenvolvido em nosso Estado estar disponível para download somente em servidores da USP", diz Paulo Luna, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da secretaria de Desenvolvimento Sustentável do estado catarinense. "Como temos grande interesse na área tecnológica, passamos a apoiar o projeto".

O BRLIX, que tem como símbolo uma arara azul, está disponível para dowload no site www.brlix.com.

A semelhança no nome com Asterix, o fanfarrão herói dos quadrinhos, não é mera coincidência. "Somos como os gauleses que arrumavam encrencas com todos os grandes impérios", brinca Emmerich.

Fabrício Escandiuzzi
Direto de Florianópolis

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