Cuba adota software livre por razões de soberania

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009 ·

Cuba lançou esta semana sua variante do sistema operacional de fonte aberta Linux, o passo mais firme da ilha até agora para dar as costas ao Windows, por motivos de soberania tecnológica e segurança nacional. O "Nova" é uma alternativa ao sistema operacional da gigante do software Microsoft, que as autoridades comunistas da ilha consideram como pouco confiável.

"Trata-se de um tema muito importante para que obtenhamos maior controle sobre o processo informático", disse Ramiro Valdés, ministro da Informática e presidente de comissão para a migração ao software livre. Os motivos são muitos.

Para começar, o embargo dos Estados Unidos impede que Cuba adquira ou atualize produtos como o Windows, o sistema operacional mais popular do planeta, que só opera na ilha em cópias piratas. Além disso, segundo o ministro Valdés, o software norte-americano é uma espada de dois gumes, porque os fabricantes abrem seus sistemas de codificação às agências de segurança do inimigo.

Ao contrário dos programas comerciais, o código-fonte do sistema operacional Linux é aberto e pode ser modificado pelo usuário de maneira a adequá-lo a suas necessidades.

"O movimento do software livre está mais próximo da ideologia do povo cubano, sobretudo pela independência e soberania", enfatizou Hector Rodríguez, diretor da Faculdade de Software Livre na Universidade das Ciências Informáticas. "O software privativo pode ter códigos maliciosos e problemas ocultos que não temos como conhecer. Isso não acontece com o software livre", acrescentou.

O Nova foi apresentado esta semana em Havana durante a conferência internacional Informática 2009, realizada sob o tema "novas tecnologias, desenvolvimento e soberania."

Atualmente, disse Rodríguez, cerca de 80% das redes e 20% dos terminais da ilha são acionados pelo Linux. "Quero crer que, dentro de cinco anos, a situação se terá revertido e nosso país possa ter concluído a migração de mais de 50% (dos terminais)", afirmou.

Reuters

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