Hotéis e empresas facilitam uso da tecnologia

segunda-feira, 17 de novembro de 2008 ·

Os hotéis estão sob tamanha pressão para acompanhar os interesses de seus hóspedes obcecados por eletrônicos que estão trabalhando com empresas de tecnologia a fim de reter sua vantagem. O Sheraton formou parceria com a Microsoft para criar salões Link@Sheraton, como parte de uma reforma de marca que inclui reservar espaço em saguões para que hóspedes possam verificar e-mails em computadores de acesso aberto, imprimir cartões de embarque e gravar saudações em vídeo para enviar à família e amigos.

A Westin fechou acordo com a Nintendo para equipar algumas de suas salas de ginástica com consoles Wii e jogos como o Wii Fit, que usa uma placa de equilíbrio para orientar os usuários em sessões de exercício e ioga. Até mesmo marcas menores estão recorrendo a líderes tecnológicos para equipar seus espaços públicos e quartos de hóspedes com os mais recentes produtos eletrônicos.

O Gansevoort Hotel Group está trabalhando com a Sony para desenvolver um centro de eletrônica em seu Gansevoort South, em Miami Beach. O objetivo é transferir o centro de negócios tradicional a um ambiente mais sociável, perto do saguão, com computadores e consoles de videogame da Sony, além de leitores eletrônicos de livros e câmeras digitais.

"O que estamos tentando fazer é dar às pessoas a chance de experimentar em primeira mão as novidades tecnológicas", disse Elon Kenchington, vice-presidente de operações da Gansevoort, ao explicar por que escolher a tecnologia certa se tornou tão importante quanto aos demais elementos no projeto de um hotel. "Trata-se de parte integral não só do sucesso de uma operação mas daquilo que torna uma marca melhor que outra ou mais interessante para os viajantes", ele afirmou.

Estabelecer um relacionamento de negócios com uma empresa de tecnologia também facilita para os hotéis acompanharem os mais recentes produtos e tendências. "Um dos desafios para os hotéis é que você adquire equipamento que todo mundo quer hoje, mas dentro de 18 meses ele já não será único", afirma Kenchington. Por meio de reunião regulares com a Sony, diz, "já incluímos esses produtos em nosso modelo de negócios, e por isso não ficamos esperando por eles, e nem temos de explicar por que não os temos".

As empresas de tecnologia, de sua parte, conquistam a chance de demonstrar seu material para um grupo demográfico desejável. "Os hóspedes que passam pelo saguão do hotel são um alvo da Microsoft como consumidores", disse Sandra Andrews, diretora de soluções de tecnologia hoteleira na Microsoft.

Além de operar com software Windows, os computadores no saguão do Sheraton têm câmeras e um aplicativo da Microsoft que ensina aos usuários como gravar e enviar um vídeo. O objetivo é encorajar as pessoas a tentar uma tarefa que podem considerar complicada demais em casa ¿ por exemplo, usar a câmera para dar boa noite aos filhos, diz Andrews.

Mas um desafio para os hotéis é garantir que os hóspedes fiquem confortáveis no uso da tecnologia e não se vejam forçados a utilizar produtos complicados demais. Isso vale especialmente para o equipamento dos quartos, porque os clientes muitas vezes passam apenas um ou dois dias hospedados e não têm tempo ou paciência de dominar um processo complicado a fim de realizar uma tarefa simples como a de encontrar um canal de TV.

"Se você precisa pedir ajuda ao filho adolescente do vizinho quando quer aprender a usar um eletrônico, o equipamento provavelmente é complexo demais para que o hotel o instale", disse Henry Harteveldt, analista de viagens da Forrester Research. É por isso que o hotel James, em Chicago, vem testando nos últimos meses tecnologia produzida pela Control4, produtora de sistemas de automação domésticos.

O sistema em teste em alguns quartos permite que os hóspedes acionem as luzes, cortinas, termostatos e o televisor com um único controle remoto. Ele pode até ser usado para propiciar uma experiência de despertar mais personalizada, na qual, por exemplo, o televisor é ligado e seu volume aumentado gradualmente.

"Tudo começa a funcionar lentamente no quarto", diz Patrick Hatton, gerente geral do James, acrescentando que o hotel estava testando o sistema da Control4 cuidadosamente para garantir que as inovações não criem dores de cabeça. "Para nós, o mais importante é introduzir tecnologia fácil de usar".

Outra empresa que trabalha com a Control4 é a Mandarin Oriental, que planeja usar o sistema para criar uma experiência acolhedora em seu hotel de Las Vegas, que será inaugurado no final de 2009. Os hóspedes que entrarem em seus quartos serão recebidos por cortinas que se abrem, luzes que se acendem e televisores que exibem uma mensagem personalizada, contendo o nome do hóspede.

"Quando você abre a porta, será recebido assim, e não por um quarto escuro no qual tem de ficar procurando o interruptor de luz", disse Monika Nerger, vice-presidente de tecnologia do Mandarin Group nas Américas. Ela disse, porém, que o principal desafio tecnológico dos hotéis seria ampliar a banda de suas redes para atender às necessidades dos hóspedes de realizar atividades mais complexas online.

O Mandarin de Las Vegas oferecerá 400 mega de rede, mais que o dobro dos 160 mega do Mandarin Oriental inaugurado recentemente em Boston. Dado o clima econômico, Harteveldt acautela que os hotéis deveriam se concentrar no acesso à Internet e outras tecnologias essenciais, que ajudam a atrair mais hóspedes ou justificar diárias mais altas. "Os hotéis precisam garantir que cuidem bem do básico antes de pensar em sofisticar", ele disse. "O momento não é propício para complicações".

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times


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